Comemorado em 30 de janeiro, o Dia do Quadrinho Nacional foi instituído pela Associação dos Cartunistas de São Paulo em homenagem a data da primeira publicação de história em quadrinhos no Brasil: As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte em 1869 de Ângelo Agostini.
Para rememorar esta data fomos pesquisar um pouco sobre a História dos Quadrinhos no Brasil.
Segue neste texto um pequeno recorte sobre o surgimento das HQs aqui no Brasil para os adeptos a 9ª arte.
Segue neste texto um pequeno recorte sobre o surgimento das HQs aqui no Brasil para os adeptos a 9ª arte.
As histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras.
Como charge circulou o primeiro desenho em 1837, vendida em separado como uma litografia, de autoria de Manuel de Araújo Porto-alegre.
Primeira charge no Brasil (1837) |
As charges e tiras continuam a fazer parte do nosso cotidiano. Estão presentes nos principais jornais do mundo e são sucesso entre seus leitores.
Elias (Diário de Santa Maria - 23/01/2012) |
Ângelo Agostini continuou com a tradição de criar tiras para os jornais. Autor de desenhos de teor cômico, mas ainda assim de cunho crítico, utilizava-se em suas histórias dos cortes gráficos que viriam a ser um dos elementos determinantes na futura criação das histórias em quadrinhos.
Ângelo Agostini pioneiro das HQs no Brasil. |
As "Aventuras de Nhô Quim" é a primeira história em quadrinhos e foi publicada pela revista Vida Fluminense, em 30 de janeiro de 1869. A história contava, em episódios, as desventuras de um homem simples do interior do Brasil. O primeiro capítulo possuía 20 imagens em páginas duplas e chamava-se "De Minas ao rio de Janeiro"
Em 11 de outubro de 1905 surgiu a revista "O Tico Tico" considerada a primeira revista de quadrinhos do Brasil, com trabalhos de artistas nacionais como J. Carlos, primeiro brasileiro a desenhar um personagem Disney (Mickey Mouse).
O primeiro exemplar custava 200 réis e como não havia inflação na época a revista permaneceu com esse preço até a década de 1920.
Primeira história da Revista Tico-Tico |
A partir dos anos 1930, houve uma retomada dos quadrinhos nacionais, com os artistas brasileiros trabalhando sob a influência estrangeira, como a produção de tiras de super-heróis, com a publicação de "A Garra Cinzenta em 1937 o suplemento "A Gazetinha".
Em 1939 foi lançada a revista "O Gibi". Na época, Gibi significava moleque, negrinho, porém, com o tempo a palavra passou a ser associada a revistas em quadrinhos no Brasil, e desde então, virou uma espécie de sinônimo.
1ª Semanal "O Gibi" |
No início dos anos 1950, novos quadrinistas brasileiros que apareciam não conseguiam trabalhar com personagens próprios por resistência dos editores.
Neste mesmo ano surgiu os primeiros trabalhos independentes e Carlos Zéfiro, autor dos "Catecismos" (quadrinhos eróticos).
Foi no formato de tira que estrearam os personagens de Mauricio de Souza, criador da Turma da Mônica, no fim de 1959. O cãozinho Bidu foi o primeiro da Turma que, além das tiras de jornal, teve uma revista publicada pela editora Continental.
Em 1960 foi vencida a resistência dos editores e surgiu uma revista em quadrinhos com personagens e temas brasileiros. Foi "A Turma do Pererê" com texto e ilustrações de Ziraldo.
O personagem principal era uma saci e não raro suas aventuras tinham um fundo ecológico ou educacional.
Os quadrinhos de super-heróis tiveram vários personagens brasileiros lançados em revista nessa época: "Capitão 7" - mistura de Flash Gordon com Super-Homem, "Escorpião" - cópia do O Fantasma, "Raio Negro"- baseado no Lanterna Verde e "Targo - cópia do Tarzan.
No estilo policial foi criado "As Aventuras do Anjo" desenhado por Flávio Colin (citado como maior desenhista brasileiro) que originou o filme "O Escorpião Escarlat".
No faroeste apareceu a tira do gaúcho "Fidêncio" de Julio Shimamoto e a adaptação de "Juvêncio - O Justiceiro do Sertão" pela Editora Prelúdio.
No início dos anos 70 os quadrinhos infantis no país predominam, com o início da publicação das revistas de Mauricio de Souza e a montagem pela Editora Abril de um estúdio artístico, dando oportunidade a que vários quadrinistas começassem a atuar profissionalmente, produzindo principalmente histórias do Zé Carioca e de vários personagens Disney.
A Turma da Mônica começou a ser publicada pela Editora Abril em 1970, depois em (1987) pela Editora Globo e a partir de 2007 pela Editora Panini.
Turma da Mônica |
Recentemente foi lançado a "Turma da Mônica Jovem" uma versão adolescente da Turma em estilo Mangá.
Turma Mônica Jovem |
Nos anos 198 o trabalho artístico de vários quadrinistas brasileiros, tais com Angeli, Glauco e Laerte, que vieram ajudar a estabelecer os quadrinhos underground no Brasil.
Os três cartunistas produziram em conjunto as aventuras de "Los Três Amigos" (sátira western com temáticas brasileiras( e separados renderam personagens com "Rê Bordosa", "Geraldão e Overman" e "Piratas do Tietê".
Mais tarde juntou-se a "Los Três Amigos" o quadrinista gaúcho Adão Iturrusgarai.
Aline - Adão Iturrusgarai |
A história em quadrinhos no Brasil ganhou impulso com a realização da 1ª e 2ª Bienal de Quadrinhos no Rio de Janeiro em 1991 e 1993 e a 3º em 1997 em Belo Horizonte. Esses eventos contaram com a presença de inúmeros quadrinistas internacionais e praticamente todos os grandes nomes nacionais.
A produção de revistas em quadrinhos no Brasil é modesto em relação a outros países, embora a qualidade do material produzido seja de excelência.
Não poderíamos terminar este post sem falar dos talentosos quadrinistas de nossa cidade (Santa Maria) e suas respectivas obras.
Primeiro livro solo de Paulo Chagas |
Nós da Athena temos um carinho especial com a obra "Coisa de Amador", de Paulo Chagas, pois o lançamento do livro ocorreu concomitantemente com a inauguração da livraria.
Coisa de Amador fala sobre rock n' roll, politica, cotidiano, cultura... Vale a pena conferir e dar boas risadas ao longo desta HQ, carregada de ironias e de um saudosismo delicioso.
Xiru Lautério e os Dinossauros II, de Byrata Lopes, resgata uma memória sul-riograndense e brasileira através da linguagem abagualada do gaúcho, habitante dos campos do Rio Grande do Sul e das pampas da Argentina e Uruguai.
No decorrer das páginas, vê-se nitidamente, a infusão da obra de dois grandes escritores, Cezimbra Jacques e Raul Bopp, evidenciando o teor regionalista da cultura do sul do país.
Fontes dessa pesquisa: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinhos_no_Brasil
Segundo livro do Xiru Lautério |
Xiru Lautério e os Dinossauros II, de Byrata Lopes, resgata uma memória sul-riograndense e brasileira através da linguagem abagualada do gaúcho, habitante dos campos do Rio Grande do Sul e das pampas da Argentina e Uruguai.
No decorrer das páginas, vê-se nitidamente, a infusão da obra de dois grandes escritores, Cezimbra Jacques e Raul Bopp, evidenciando o teor regionalista da cultura do sul do país.
Fontes dessa pesquisa: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinhos_no_Brasil
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